domingo, 15 de maio de 2011

14/04 Rodamos 800 km

Escrito por mim, Marco A. Giacon e editado pelo parceiro Jaime Martins. Idealizamos e realizamos uma viagem super tranquila, de Rio Verde GO a Cusco PE. Relataremos aqui determinadas passagens com intuito de encorajar outros novos moto-aventureiros a realizarem seus sonhos. Com prudência é tudo muito tranquilo!


               Jaime e eu saímos de casa após desjejum com Dona Landa, as 6 :30 hs. Rio verde GO /Jataí Go  estrada mais ou menos com alguns buracos. Jataí /Serranópolis sem buracos com algumas trepidações, chegamos a Guaporé bem, e o Jaime quis desviar por terra para economizar 30 km de asfalto.....Areia!  Seguimos em frente.....passados 300  km, sem abastecer a gasolina do Jaime acabou há exatos 303 km rodados (GS  800), há 10 km do próximo posto. Chapadão do Sul às 12 horas, asfalto excelente e após 170 km, as 13:15 hs almoçando muito bem em Camapuã MS, temperatura ambiente de 32 °C. Suávamos como tampa de “marmita”. 14:30 hs saímos em direção a Campo Grande MS, estrada pesada até a capital, mas ótima.....antes de Campo Grande, fiquei encaixotado (roda presa)numa curva atrás de um caminhão que carregava produtos químicos, um dos containers vazava,  acho que era soda , que me atingiu........parei para lavar o rosto com água que levava, Jaime estava na frente e voltou para saber do meu atraso, seguimos e novamente tive que ultrapassar o mesmo caminhão, dei azar e novamente fui atingido pelo produto. Parei no posto e lavei a moto com canequinha.....a bengala, e os baús de alumínio reagiram com o produto. As bengalas descascaram como se tivessem sido atingidas por um tiro de doze.....mas dos males o menor, poderia ter atingido meu olho!

                                                                   Lavando................
 
                                
                                                                 Tiro de 12 nas bengalas!
                                                   
. Seguimos e pegamos duas chuvas, chegamos  a Aquidauana as 19 hs, jantar dormir. Amanhã cedinho seguiremos para Corumbá e de lá para  Santa Cruz de La Sierra. Teremos  uns 60 km de estrada com pedras, areia etc... . To imaginando o que tenho pela frente, a minha moto ta muito traseira, to pensando em abandonar o microondas, a geladeira e o tanquinho de lavar roupas (rs).

                                             Após "pane seca", café em Chapadão do Sul
                                         

15/04 300 km até Corumbá.

                                      Travessia sobre rio Paraguai Br 262
                                  
                                       Travessia sobre rio Paraguai Br 262


                  Acordamos e pegamos estrada às 7:00 hs local, bastante calor 29 °C e chegou aos 34 qdo chegamos a Corumbá às 10:30 (paramos várias vezes durante os 300 km de viagem, calor, barreiras etc...)

 Não conseguimos prosseguir , a fronteira estava fechada por professores bolivianos em greve. Pernoitaremos em Corumbá, as 9 hs da matina a aduana abre e tentaremos passar.
Hoje refletimos muito a respeito de seguir pela Bolívia ou retornar ate Campo Grande / Cuiabá/Assis Brasil e Peru, escapando assim da Bolívia......relatos locais (Corumbá) me assustou em relação a assaltos . Decidimos seguir pela Bolívia mesmo e que Deus nos acompanhe.
Vindo para Corumbá, não deixe de conhecer o restaurante Rodeio e aproveite e peça um “ Pintado com molho de urucum” A Sra. Clara é a proprietária de um excelente estabelecimento, com uma variedade incrivel de pratos típicos e tradicionais. Confira!

16/04 Medo da fronteira, rodamos só 300 km pós almoço.

                Após uma péssima noite, acordamos , tomamos café  e seguimos para fronteira. So abriu as 9 (sabado), saímos de lá ao meio dia com todos os tramites realizados e ok. Sol de 34 ° C e seguimos em direção a Santa Cruz .    

Corumbá - Sta Cruz
(Rodovia Padrão)



Após 200 km ,de pouquíssimo trafego, excelente rodovia e muito, muito gado ao longo da rodovia ,chegamos a uma currutela chamada Roboré, neste trecho por mais de 300km a rodovia é de concreto com ranhuras tipo groovin com 4m de largura cada faixa.... Parece uma pista de pouso!



Abastecemos e seguimos para São Jose dos Chiquitos ( cidade com uma certa estrutura antes de Santa Cruz), pegamos um dilúvio mas passamos bem. Pernoitamos ali, pois após 60 km de são jose, tem 45 km terra que não sabemos das condições.

Belissima Igreja e Belo mosteiro em San José de Chiquitos


Um altar de igreja surpreendente


17/04 640 km rodados (dia mais difícil até agora)


                  Bem, acordamos bem cedo (domingo), ficamos presos na garagem do hotel ,usamos a saída “b” e a minha moto ficou presa na porta, deita aqui, deita para ali e ela passou com ajuda do Jaimão....saímos sem café! Defronte ao hotel tem o mosteiro e uma igreja realmente linda (1.748), entramos rezamos e partimos....

                                              

abastecemos na saída, tomamos uma água e uma coca e vummmm. Jaime logo descobriu que além do  gado e burritos, os pássaros tbém são muito perigosos, ele pegou 2,(eu havia pego um no dia anterior) sem danos, só susto. Não dá pra andar a mais de 120. Passados 60 km chegamos ao tão temido trecho de terra.


                                                                            
 Passamos bem, tem muita pedra e pouca areia (um filé pra 800), já para minha GSA (que ta parecendo uma mistura de  elefante com passarinho: uma bunda super pesada e uma cabeça de pardal super leve, mas fui bem, só um “pé no chão”). Daí pra frente começou nosso drama (GS 800) com combustível, mas em Pozo del Tigre, encontramos uma vendinha com alguma gasolina e enchemos os dois tanques, almoçamos salsicha com sardinha , bolacha, coca (liquida!)
 Pegamos umas garrafas de água e bora. Chegamos a Santa Cruz, e conseguimos abastecer com tranqüilidade. Ficou tarde para almoço, então seguimos com intenção de pernoitar em Cochabamba, no alto da cordilheira......sonhamos! Após 200 km com várias tentativas em vão de abastecimentos e com a chegada da tarde, começamos a nos preocupar com gasosa e pouso. Aos domingos, nos vilarejos ao lado das carreteras, vira um certo mercado, repleto de pessoas e bebida. Entramos num destes a procura de gasolina e com custo achamos 10 lts, dividimos 5 cada e fomos abordados por uns “nativos” embriagados e muito mal encarados.........bateu um horror, e saímos dali rapidinho. Dali para frente todos os postos estavam fechados. Anoiteceu, e pede a prudência que não se circule à noite. Diminuímos a veloc. para economizar e chegamos a um vilarejo , lá o Jaime encontrou um “anjo” que nos arrumou 5 lts de gasolina e um local para pouso chamado La Poza Del Jichi,


                                        
um hotel com boa estrutura.Jantamos tangerinas com mamão !!!

18/04 193 km , até Cochabamba.

                   Saímos de la Poza às 8 e 30, todos os postos com filas quilométricas, a minha moto chegaria a Cocha, Jaime não. Começaria então a subida da cordilheira, somente uma palavra cabe aqui: FANTÁSTICO!
                                          
                                                                 " JASPION "
                                           
                                                          Que eu to fazendo aqui???
                                
 A temperatura às 9 já era de 28 graus com 250 mts de altitude. A subida é devagar para fotos e filmagens e no começo da serra achamos 5 lts de gasosa branca, parecia thiner.....

                                           
                                                              " thinner ou gasolina? "

                                       
foi esta mesmo e a GS 800 ficou com o tanque cheio.  Subimos rapidamente a 3600 mts( 11,5 °C) sem nenhum problema ,


                                  
 e começamos a descer para Cocha que fica no meio da “serra” a 2.800 m. Nos hospedamos no ótimo hotel Portales,


                                       
diária de U$ 95 ap. duplo com meia pensão.Comemos um boi no almoço. Pernoitaremos aqui para seguir para La Paz ao amanhecer.
Resumo até agora: viagem tranquila, sem incidentes, respeitando muito "tudo"! As motos se comportando muito bem, me surpreende o desempenho da GSA em termos de autonomia : tá fazendo 18 Km/lt em média até agora (não andamos acima de 140 km/h). Gasolina boliviana, 1 real o litro, e  a moto “sobra”.Comida boa boliviana somente aqui em Cochabamba, antes foi sufoco,mas nada que alguns enlatados e bolachas não resolvessem. Depois continuamos........

19/04 rodamos 400 km até La Paz

                Saímos de Cochabamba por volta das 8:00, alugamos um taxi e ele nos guiou até a saída. Hoje sairemos de 2.800 m para 4.500 m, será que hoje usaremos a roupa mais pesada???



                          
A segunda etapa da subida da cordilheira é mais bonita e tranqüila que a primeira, só não se pode ter pressa. Para quem vem pra Bolívia de motocicleta é bom saber que o nosso lugar é o mais a direita possível da rodovia e de preferência no acostamento (asfaltado). Os bolivianos na dúvida ,se tiverem que ultrapassar e vier uma moto de encontro, eles ultrapassam assim mesmo e tome sinal de luz e buzina. Como eles adoram uma buzina!
                                                
Hoje a temperatura por volta das 13 hs alcançou 11 C a 4500 m, nem eu nem o Jaime sentimos nada em relação a altitude, apenas um certo cansaço ao fazer esforço, nada demais. Acabada as curvas, entramos no altiplano, com plantações de trigo, gergelim , estévia e etc...Vimos tbém a nossa direita pela primeira vez, picos de algumas montanhas cobertas de neve!
                                      
 Chegamos a La Paz por volta das 15 hs, a estrada não rende! Procuramos  loja para troca de pneus da 800. Fomos a revenda BMW ,lá não havia pneus, mas nos indicou a Honda onde achamos e compramos 1 par de pneus Continental por U$ 300 .Saímos de la já a noite e viemos para o único hotel que achamos por U$ 190 quarto duplo (hotel Camino Real) caro, mas com todo conforto .

20/04 rodamos 332 km até Puno/Peru

Chegando ao Lago Titicaca.

(O vídeo perdeu muita qualidade ao ser convertido para AVI.)




                                                      
                  Saímos cedo de La Paz com ajuda de um taxi, abastecemos e estrada! Chegamos a Copacabana (a travessia pelo Titicaca é via balsa.O piso de madeira é todo defeituoso com vãos que cabem a moto dentro, tomar cuidado.
                                    
                               
                                             

 A travessia para Copacabana é de uns 1000 mts e linda! Sempre há necessidade de ajuda ao desembarcar. Entra-se de frente e sai-se de ré, mas é até tranqüilo, o povo é solidário. Almoçamos e seguimos para aduana, onde chegamos às 13 horas e saímos às 16 hs (festa religiosa e fecharam a estrada para comemorações).  Encontramos lá um colega de BH chamado Orlando GS prata vindo de Rio Branco ,e nos disse que sua viagem estava sendo” ZERO TRAUMA”, achamos engraçado esta frase e a adotamos como nossa preferida em nossa viagem, este colega me disse conhecer o Marcelo Resende, tbém de BH, que me deu dicas desta nossa viagem, abraço a vc Marcelo!


                                          
Chegamos em Puno ao anoitecer e com 171 do Jaimão, ele descolou duas vagas no Hotel Collon inn, cidade lotada de turistas .Todos os hotéis cheios por causa da Semana Santa.

21/04 - Passeio pelo Lago Titicaca / Puno Peru

Não rodamos, fizemos um tour a duas ilhas do maravilhoso pelo Titicaca através de uma agencia de viagem pela bagatela de 50 soles cada + refeição na ilha por 40 soles (20 cada).

A primeira ilha que conhecemos foi Uros, uma comunidade da tribo Quechua que para escapar dos espanhois ao norte/oeste e dos bolivianos a sul...
                                              


Para isso eles descobriram que cortando blocos da raiz da planta nativa do próprio lago chamada Totora esses blocos flutuariam e a serem arramados formariam uma ilha que seus inimigos não poderiam vê-los no meio do lago flutuando sobre 18 metros de água, comendo peixes e caçando passaros que são defumados, já que este é o unico jeito que eles conseguem conservar carnes (foto abaixo)


As boas vindas dos moradores


As mulheres da ilha, as mais gordas são casadas
Dessa forma criaram um modo pitoresco de casamento, onde o homem que deseja casar tem que construir sua ilha para poder pedir a dama em casamento (pela beleza das ticas elas é que tinham que construir a ilha!

Como tudo na ilha este barco tambem é feito de Totora



T A Q U I L E
Áqui tivemos a oportunidade de conhecer uma outra comunidade bastante diferente.
Pra começar eles são independentes do Peru e a Unesco coordena a ilha.
São várias familias e cada uma delas tem seu restaurante e para garantir que todos tenham clientes, existe uma escala entre eles que garante que todos irão ter a mesma quantidade de visitas.
O casamento tambem tem um ritual todo diferente, já que a mulher desde quando nasce não corta o cabelo, pois quando ela for casar o cabelo será cortado na raiz e será feito uma cinta que o marido usará por toda vida.
Como fazem a cinta com o cabelo da mulher

Mas o homem tambem passa por maus bocados para casar, é que na ilhas todo homem usa gorro na cabeça, quando solteiro o gorro é vermelho
Passamos 5 horas navegando com + 24 gringos, com diversas paradas por ilhas flutuantes (povo orus), depois ilha Taquile, enfim, são 8 horas de passeio com  guia turístico. MUITO PROVEITOSO !!!!

22/04 SEXTA FEIRA SANTA. ANIVERSÁRIO DO JAIMÃO!!!!

               Rodamos 391 km até Cusco, hotel Corihuasi.
               Bom hoje um dia especial; pelo níver de Jaime e por chegarmos ao nosso objetivo (o cara é tão preciso que ele programou a data da chegada, com a data do níver!). 




Acordei cedo e o Jaime nem dormiu........o cara teve insônia e passou a noite como um zumbi no quarto.Pagamos as 2 diarias, 4 refeiçoes  por 367 soles.Os tanques já estavam cheios e pé na estrada. Pela manhã temp. em torno de 10 °C. O Perú é bem mais bonito que a Bolívia, principalmente após Juliaca. As pequenas “cidades” são mais próximas e com gasolina a vontade nos postos.


                                                           
                                  


Chegamos a Cusco às 14 hs local com temp. em torno de 20 °C. Estamos agora no hotel e parece que não conseguiremos para amanhã o passeio a Machu Picchu via agencia de viagem ,muitos turistas por causa do feriado, mas o Jaimão conseguirá com certeza, e conseguiu!!!!



23/04- Dia livre, subida a Machu !!!

...................vam; ônibus; trem; vam....saída às 6:30 do hotel com retôrno às 23 hs.
Falar do que é conhecer Machu Picchu é dificil, só indo mesmo, e perceberá que tudo que leu, ouviu e etc...é bem menos do que a realidade!

Nos tornamos, segundo o historiador Jaime, os primeiros rio verdenses a chegar a machu de moto..........